À la Zico e Pet, Ronaldinho, de falta, decide para o Flamengo a Taça GB

27.2.11 | Marcadores:
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Foram 534 minutos em campo com a camisa rubro-negra. Nas seis partidas pelo Flamengo desde que chegou ao clube, Ronaldinho Gaúcho não conseguiu, até o momento, repetir as grandes atuações que o fizeram ídolo no Barcelona, no Milan e na Seleção Brasileira. Mas craque, mesmo sem brilhar, pode decidir. E numa cobrança de falta, relembrando outros camisas 10 decisivos, como Zico e Petkovic, o novo ídolo rubro-negro começou a escrever sua história no clube. Aos 26 minutos do segundo tempo, cobrou com maestria e correu para o abraço. E, junto com o time, comemorou no embalo do "Bonde sem freio", rap que vinha embalando os jogadores na semana da decisão, o gol que garantiu a vitória por 1 a 0 sobre o Boavista e a 19ª Taça Guanabara para o clube, de forma invicta.

Ao fim da partida, todos os jogadores, puxados pelo camisa 10, voltaram a fazer a coreografia do "Bonde do Mengão sem Freio". Ronaldinho comemorou como um garoto que iniciava a carreira. E a torcida do Flamengo, que lotou o Engenhão, vibrou com entusiasmo o primeiro título da temporada 2011. "Que torcida é essa?", gritava, eufórica, após a conquista.

Ronaldinho de centroavante

O técnico Vanderlei Luxemburgo surpreendeu ao sacar Deivid e escalar o argentino Bottinelli no meio-campo, deslocando Ronaldinho para a posição de centroavante. A outra alteração foi a saída de Ronaldo Angelim para a entrada do lateral Egídio. A ideia, segundo o treinador, era usar três meias - Thiago Neves, Renato e Bottinelli - para municiar o camisa 10. A opção por Egídio era criar pelo lado esquerdo mais uma opção de ataque.

Foi até do camisa 6 a primeira boa jogada, aos cinco minutos. O lateral foi à linha de fundo e centrou para Thiago Neves cabecear. A zaga do Boavista interceptou. Mas o que se viu em boa parte do primeiro tempo foi um Flamengo tocando muito a bola, mas com poucas infiltrações para criar oportunidades. Com Ronaldinho preso na área e Bottinelli e Thiago Neves errando passes, o esquema de Vanderlei não deu certo.

O Verdão de Saquarema, desde o início, dava a senha do que seria sua estratégia: esperar o Flamengo em seu campo para partir em contra-ataque e aproveitar os buracos da defesa. Durante os 11 primeiros minutos, nem uma coisa nem outra. O Flamengo só conseguiu a primeira boa jogada de gol quando Ronaldinho saiu da área e foi para a ponta esquerda. Livrou-se de Bruno Costa e centrou para Thiago Neves cabecear pelo lado direito. Mas o goleiro, xará, espalmou para escanteio. Pouco depois, pela direita, Léo Moura recebeu na medida de Thiago Neves e bateu cruzado, para fora, na melhor oportunidade de gol.

Se o Flamengo melhorava o seu toque de bola, o Boavista não conseguia puxar os contra-ataques. Renato era eficiente no primeiro combate, e Willans e Maldonado marcavam em cima Tony e Leandro Chaves, os armadores da equipe da Região dos Lagos. Com isso, Frontini não conseguia ser acionado.

Queda de ritmo

Com os termômetros marcando 42 graus no Engenhão, os dois times caíram de ritmo. Muito marcado na área, Ronaldinho caía pelos flancos para ajudar na armação, mas pouco dava sequência às jogadas. Bottinelli, sem ritmo de jogo, errava o último passe. Thiago Neves raramente servia bem e pecava pelo excesso de individualismo.

O time só voltou a levar susto à meta do Boavista num lance sem querer de Egídio. Na tentativa de centrar para a área, ele quase encobriu o goleiro Thiago, que se esticou para espalmar a bola. O goleiro voltou a aparecer bem aos 40 minutos, quando o Flamengo acertou uma jogada pela direita, no lançamento de Maldonado para Bottinelli. O argentino foi à linha de fundo e centrou para encontrar Ronaldinho, que vinha na corrida. Mas Thiago saiu bem do gol e espalmou, salvando o Boavista.

No fim do primeiro tempo, as duas equipes se aproveitaram de erros para criar chances de abrir o placar. Na única que o Boavista teve, Leandro Chaves aproveitou-se de um desequilíbrio de Maldonado, que ao tentar dominar a bola caiu. O camisa 10 do Verdão de Saquarema bateu com violência, mas no meio do gol. Felipe rebateu. O Flamengo contra-atacou com Welinton na área adversária. Em bola resvalada erradamente pela zaga, o camisa 3 rubro-negro pegou a sobra e bateu por cima.

Mudanças

Vanderlei atendeu aos pedidos da torcida e lançou Negueba no lugar de Bottinelli, no segundo tempo. O Boavista começou a sair um pouco mais para o ataque, e o técnico Alfredo Sampaio, com dez minutos, lançou o lateral-direito Joílson no lugar de Bruno Costa, para subir melhor ao ataque.

Depois que Negueba fez boa jogada pela direita e centrou para Thiago Neves, que chegou atrasado, Vanderlei resolveu mexer no Flamengo novamente. Sacou o lateral Egídio para pôr o atacante Diego Maurício. Com isso, Renato foi para a lateral, e Ronaldinho voltou ao meio-campo. As jogadas não saíam. A torcida se irritava, Vanderlei também. Ao reclamar de uma falta de Maldonado marcada pelo árbitro, acabou advertido. O Boavista ensaiava sair mais para o jogo, mas esbarrava nos erros de passes e na boa cobertura rubro-negra.

Gol de falta

Aos 25 minutos, o lance da partida e de Ronaldinho na Taça Guanabara. Edu Pina derrubou Thiago Neves próximo da área. Não houve quem não pedisse Ronaldinho para bater. E o camisa 10 relembrou os grandes tempos de Barcelona ao cobrar com maestria. A bola cobriu a barreira e foi descaindo à esquerda de Thiago, que sequer pulou. Antes de a bola entrar, Ronaldinho já saiu correndo para comemorar. E, junto com o time, fez a coreografia do "Bonde do Mengão sem freio", inspirado no funk que virou febre entre os jogadores.

Com a vantagem, Vanderlei fortaleceu a defesa ao trocar o cansado Thiago Neves por Ronaldo Angelim. Pouco depois, após dividida em que Renato Abreu bateu com o joelho no peito de Frontini, o atacante do Boavista deu um tapa no jogador rubro-negro, que valorizou o lance. O átbitro expulsou o argentino.

O Boavista pressionou, e no fim da partida, o time reclamou de pênalti em Gustavo, não marcado pelo árbitro. O time de Saquarema lutou, mas a Taça GB já tinha dono. Mais uma vez, foi para a Gávea.

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